Este blog não possui nenhuma afiliação social, empregatícia, financeira ou política a não ser comigo mesmo. As opiniões expressas aqui refletem meu ponto de vista sobre assuntos aleatórios e nada mais. Comentários são mais do que bem vindos, são encorajados, positivos ou não. Até prefiro comentários oposicionistas, afinal um mundo que pensa igual é desprovido de inovação. Portanto, sinta-se em casa. Espero que ler minhas verborréias esporádicas traga-lhe o mesmo prazer que tenho produzindo-as.

[ваκκєr]

P.S. Algumas vezes algo que eu quero expressar não pode ser dito (apenas) com palavras, então vai parar em meu fotolog ao invés de aqui. Confira-o de vez em quando.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Rio Preto, assombrada

Como Imposto de Renda e gripe, a semana de férias em Rio Preto é uma tradição anual. E cá estou, desde sábado. O calor é de rachar, como de costume, e não há nada pra fazer, como de costume. O que mudou foi que o ano de 2008 foi ainda pior do que de costume e isso tem reflexos, na minha psique tanto quanto no mundo físico.
A Baby, a poodle psicopata que passou a última década e meia aqui em casa aterrorizando as visitas acabou falecendo ontem. Ela sobreviveu a um câncer, uma hepatite e a perda de um olho mas sucumbiu ainda assim. E eu, como bom bicho-cachorreiro, estou me sentindo uma bosta com tudo isso.
Não me entenda mal. Como minha ex-namorada costuma tirar sarro do meu ateísmo, "when you die, nothing happens". Não acredito no paraíso nem no inferno (apesar de ter nascido na sua filial terrena) e definitivamente não acredito em fantasmas e assombrações. Mas a verdade é que, desde que o Vavana morreu, eu tenho visto ele em todos os cantos. E aqui em Rio Preto o efeito está amplificado à beira da neurose. Vejo ele em todos os lugares aonde vou, caminhando no shopping, bebendo com amigos, se divertindo.
Difícil entender que tipo de culpa estou expurgando. Não ter tido a chance de visitá-lo no hospital ? Ir ao velório dele ? Ou talvez não haja culpa nenhuma, apenas uma saudade de um cara muito querido em uma época na qual eu costumo visitar a maior quantidade de amigos possível.
Ou talvez eu tenha finalmente pirado do vez. É, vai ver é isso.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Feed a Need.org

Você tem um tempo nessas férias ? Gostaria de colaborar com uma organização de caridade, mas está duro ? Você entende de HTML, C++, SQL, PHP, PQP, FDP ? o Reddit está tentando unir gente hábil com gente necessitada através do http://feedaneed.org/
É só se cadastrar, contar pra eles quantas horas você pode doar, se você tem alguma habilidade especial (só vontade de ajudar já conta muito) e eles vão emparelhar você com uma ONG digital necessitada.
E você ainda pode ganhar presentes dos parceiros da Reddit nessa campanha, como quinquilharias da revista Wired, do xkcd e até um XBox 360 do Destructoid !

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Zero Decibéis: Parem com a tortura musical

Quem lê esse título pode achar que eu moro perto de um clube de pagode, ou que o pessoal do meu bairro gosta muito de um axézinho, ou até que tem uma igreja evangélica na esquina que fica louvando Jesus tão alto que você tem a impressão que o messias deles é surdo. Apesar das três coisas serem verdade, lixo musical é algo com o qual você se acostuma, parte da vida moderna onde animais não-civilizados compram alguns milhares de reais em equipamento de som automotivo para competir pelo QI mais baixo da cidade.
Nada disso se compara ao suplício que o americano Donald Vance passou numa prisão americana no Iraque depois de ser acusado (injustamente e subsequentemente absolvido) de venda ilegal de armas. Preso em uma cela de menos de oito metros quadrados (pense no elevador do seu prédio), Vance foi submetido a dias ininterrúptos de algumas das melhores bandas do mundo, coisa como Nine Inch Nails e Queen. Sem parar. De dia. De noite. No volume máximo. Sem ter pra onde fugir.
Vance mora em Chicago, terceira maior cidade americana. Com certeza ele se viu exposto todos os dias da vida dele ao bom rock pesado (além de hip-hop e outros lixos musicais tipicamente americanos). Mesmo assim, segundo relatou, se os carcereiros tivessem fornecido um cobertor para a cela dele, ele teria se enforcado.
Agora imagine árabes, kurdos, assírios e iraquianos que quase nunca foram expostos a muito mais do que o som de um rebab. Gente que, para ouvir rock e hip-hop, precisava importá-los ilegalmente da Jordânia. Para eles as notas de Bodies do Drowning Pool (hino extra-oficial dos soldados americanos e uma das músicas na lista que a ONG Reprive publicou de ferramentas de tortura musical dos EUA) devem soar como pregos nos tímpanos.
Exagero? Imagine-se preso dentro de um elevador por vários dias ouvindo sem parar a repetição da sua música predileta. Embrulhou seu estômago ? Agora troque sua música predileta pelo tema de Barney e seus Amigos.
Quem me conhece sabe que eu sou apaixonado por música. Sempre acompanho minhas fotos no Fotolog com letras relevantes de músicas que me marcaram. Blipo várias vezes ao dia a trilha sonora da minha rotina. Passei alguns anos da minha vida tentando construir um PC que tocasse MP3 no meu carro, no tempo em que MP3 + carro era uma equação tão absurda quanto avião + dinamite!
Estou chocado. E estou tentando conscientizar as pessoas de que os americanos estão usando uma das mais lindas expressões culturais de seu próprio povo como instrumento de tortura. E ainda acham que, apesar das proibições da ONU e da Comunidade Européia com relação à tortura musical, ela é um "mecanismo inofensivo".
Por isso, se no próximo show que você frequentar o artista pedir um minuto de silêncio em prol do movimento Zero Decibéis, faça como Donald Vance.
Fique em silêncio.